Vejo boas ideias sendo desprezadas como um livro em Fahrenheit 451. É um desinteresse fumegante, um desprezo ardente como se fosse alguma contravenção ofensiva. Apenas por serem pensadas, por terem conceitos fundamentados e não absorver o fast food cultural desses zumbis iluminados de mini certezas que até parecem insetos em volta de uma lâmpada. Esse texto é para tentar tocar no coração dessas pessoas. Pra essa gente fraca e apática que enxergam apenas as suas frivolidades. Essas vítimas da tradição linguística que vislumbram apenas o saber efêmero, expresso naquilo que se diz e negam a percepção infinita daquilo que não conseguimos expressar. Se fecham nessa caverna obscura com medo da verdade, com receio de ser autêntico e genuíno. Lutam para afogar o sofrimento e a dúvida no turbilhão dos prazeres, mas a paz que procuram por fora só se encontra no íntimo do pensamento e a vitória que almejam é, em grande parte, uma simples questão de ajustamento ao ambiente da vida. Então, vê agora por que essas ideias são tão ignoradas e temidas? Elas mostram os poros no rosto da vida. Esses sujeitos acomodados só querem rostos de cera, sem poros, sem pelos, sem expressão.

A concepção de vida que temos de uma árvore é com frequência ligada ao tédio e um mundo parado. Muitos não tem noção de que se trata de uma vida como eu e você, talvez pela ausência de agitação ou pela falta de empatia com essa vida mística e misteriosa. Meu ponto de vista é um pouco diferente do que a maioria pensa. Não sei se estou certo ou se estou errado, mas te garanto que vale a pena analisar essa circunstância por um lado diferente.

Acredito com toda fé que a vida de uma árvore é agitada, talvez mais agitada que a vida de muitos executivos estressados nesse mundo a fora, mas não com o veneno social de nós pobres homo sapiens que perdemos nosso tempo e nossa saúde em busca das especulações financeiras.

A vida de uma árvore não se limita ao movimento físico e as regras da terceira dimensão.
Para você ter ideia caro leitor fiz esse registro fotográfico no dia 25 de Abril de 2013 por volta das 18 horas no fim da tarde de hoje e tenho certeza que para a árvore todos esses números criados por nós sabichões não significam nada, pois é muito mais interessante viver em um eterno domingo. Por esse motivo me veio na mente os problemas que temos, as tempestades que fazemos em copo d'água, o interesse por coisas mesquinhas, fúteis e que não acrescentam nada em nossas vidas. Chega um momento na nossa existência que precisamos dar mais atenção para uma realidade diferente da nossa. Uma realidade que não estamos acostumados a entender e perceber, mas que está no nosso cotidiano.

O grande escritor e filosofo Khalil Gibran disse que árvores são poemas que a terra escreve para o céu. Nós seres humanos as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo nosso marasmo, vazio e estado vegetativo. E agora? Mundo de quem é sem vida e tedioso? Chega um momento que precisamos sair da caixa. Pensar pelo menos uma fração microscópica das grandes mentes iluminadas que passaram por esse planeta, pensar como Carl Sagan pensou.

Vivemos em um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica. Comece a pensar agora. Pense nas infindáveis crueldades infringidas pelos habitantes desse nosso pequeno planeta, nos quase imperceptíveis habitantes que passa por você todos os dias, pense nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, em sua gloria e triunfo, eles pudessem se tornar os mestres momentâneos de uma fração delimitada do nosso planeta. Esse paragrafo  é uma reflexão de Carl Sagan, mas e você? Reflita também. Nossas atitudes, nossa imaginaria auto-importância, a ilusão de que temos uma posição privilegiada no universo é desafiada pela misteriosa sabedoria de uma árvore.

O movimento e a agitação de uma árvore vai além da nossa humilde compreensão. A concepção misteriosa que esse ser tem do mundo que dividimos mudaria muitos dos graves e reais problemas que vivemos. Que motivo nos impede de viver como uma árvore? Levante da cadeira, saia do tédio, desse mundo paradão e sem vida. Vamos agir, nos movimentar, produzir sombras para dar descanso e frutos para dar energia.



Só para nos situarmos no tempo e no espaço hoje dia 19 de março de 2013 assisti uma matéria jornalística onde estudantes conquistaram a melhor nota na redação da avaliação do Enem, apesar de cometerem falhas graves de ortografia, pontuação e concordância verbal e nominal. Não estou aqui para criticá-los, pois eu também não me considero um bom escritor de textos, talvez um escritor de ideias, muito talvez. A reflexão que eu quero propor com esses acontecimentos vem de um velho argumento que trago da escola e que hoje é título desse artigo.
Prova não prova nada. Tem um bom tempo que falo isso com convicção e agora com as notícias dos erros grotescos nas provas do Enem meu argumento ganhou força, mas como refletir essa ideia?
Não podemos esperar e muito menos cobrar da educação brasileira e vai ser assim até que algum enviado divino mude a nossa realidade. Estamos em penúltimo lugar no ranking de educação mundial, atrás da Tailândia, Colômbia e México. Essa situação é triste, vergonhosa e angustiante.
E hoje, justamente hoje, dia da escola, me deparo com palavras como "Rasoavel", "enchergar", "trousse". Esses são alguns dos erros de grafia encontrados em redações que receberam nota 1.000 no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Não vou me aprofundar muito no que foi vinculado na mídia, mas quero que você analise outro fator na educação e questione a eficiência do nosso ensino de uma forma mais racional. O que acontece nas nossas escolas não chega nem aos pés do que foi vinculado na imprensa e precisamos urgentemente de medidas que mude essa atual realidade.
Todos os estudantes de ensino público e privado estuda em média 7 anos de língua estrangeira (inglês, espanhol e raramente francês). 7 anos é um tempo bom e suficiente para formar o cidadão para qualquer atividade, mas eu desconheço e digo com convicção que ninguém tem o domínio completo e avançado de nenhum idioma estrangeiro apenas com o conteúdo fornecido no ensino fundamental e médio brasileiro. A grande maioria não aprende absolutamente nada em 7 anos, faça uma avaliação individual. A justificativa para isso é a falta de adequação do ensino com a realidade e só fui compreender o meu pensamento quando me deparei com as obras do escritor Rubem Alves. Com ele aprendi que é muito difícil conviver nas escolas e principalmente nas universidades e continuar a cultivar os próprios pensamentos, nas escolas e nas universidades é mais seguro e fácil cultivar os pensamentos dos outros. Assim ao invés de ganharmos asas, ganhamos gaiolas, vivemos presos e com medo de expressar os nossos pensamentos e as nossas convicções.  A educação brasileira não é para ensinar, hoje ela é uma prisão que existe para desaprender, para engaiolar e principalmente para incutir medo e baixa auto-estima nas pessoas. Não escrevemos por medo de cometer erros, a leitura era uma obrigação e não uma forma de conectar com o mundo. Essa é a essência? O meu entender diz que a essência do ensino não é você ter todas as respostas, não é você colocar todo o conhecimento dentro da sua cabeça. A essência do ensino é desenvolver a inteligência, é provocar o pensamento, é seduzir a atenção das pessoas e principalmente dá a liberdade e conectar o cidadão com o mundo.

"Gostava de estar no campo para poder gostar de estar na cidade." 

(Fernando Pessoa)

Conheço uma afirmação que diz que o sonho de quem mora em cidades grandes e tumultuadas é encontrar uma cidade pequena e pacata para viver. Por sua vez o sonho de quem mora em cidades e lugares pequenos é morar em locais onde a diversidade não se restrinja em um número pequeno de inventadas opções  e com toda certeza a ideologia dessas pessoas é morar em grandes centros. Anuncio de primeira mão que concordo com a discordância dessa afirmativa por existir infinitas limitações e exceções para essa regra. Não se trata de uma regra, mas de um ponto de vista para a iniciar a construção do raciocínio que começa a brotar na minha mente.
Naturalmente conhecemos pessoas, amigos ou talvez até inspirações que com a sua energia nos mostram as fantásticas possibilidades de emanar essa força de propósito na vida, acontecimentos como esses são interpretados de várias formas, mas eu costumo ter um ponto de partida diferente da maioria das pessoas. Acredito em destino, mas acredito também em um magnetismo que une e conecta as pessoas em todo o mundo. Seja esses pensamentos ricos em propósitos ou fúteis e mesquinhos. Se você tem boas pessoas e boas energias do seu lado, saiba que você é e sempre será o único responsável por isso, mas se isso não acontece com você caro leitor(a) é sinal de que alguma coisa anda muito errado. Tudo isso pode soar contraditório e parecer um tanto quanto auto-ajuda do ponto vista racional, mas você não pode negar que sempre colhemos o que plantamos e isso sim é uma regra. Você pode afirmar que algumas cidades e algumas culturas ajudam a aproximar as pessoas e que existem lugares com uma riqueza cultural maior, mas por outro lado o mundo conheceu Carlos Drummond de Andrade da pequena e pacata cidade de Itabira e Guimarães Rosa da pequeníssima cidade de Cordisburgo em um tempo que não existia essa facilidade congruente de conectar pessoas e do outro lado da moeda o Luis Fernando Veríssimo da cidade de Porto Alegre e o Millôr Fernandes da maravilhosa Rio de Janeiro. A condição de felicidade e evolução é única e exclusivamente da pessoa e não do lugar. Pessoas iluminadas estão em todos os lugares.
Apesar de ser duro e as vezes criticar muito as falhas da humanidade e os processos que regridem o nosso limitado desenvolvimento hoje vou me permitir e elogiar características que considero divinas no nosso comportamento.
A atenção, a disposição, a sinceridade e as coisas simples, bem simples, tão simples que não consigo traduzir em palavras. Procuro entender e transcrever essas fórmulas para canalizar e produzir um número incontável de ideias que toque seu coração, sua alma e derrube os muros e os paradigmas sociais. Só  assim vamos perceber que não importa o local onde estamos inseridos, não importa se você está cansado de sofrer ou cansado de lutar o que importa talvez seja uma nova atitude ou uma nova postura diante da realidade. Precisamos disso, precisamos de ideias, de ideais e de propósitos nas  nossas mentes e nos nossos seu corações.


Todo homem morre, mas nem todo homem vive de verdade.

Você naturalmente não precisa das minhas palavras para entender que a vida é curta e merece ser desfrutada ao máximo, muito menos de um livro. Todos nós sabemos que, um lindo dia, não estaremos mais aqui e o que realmente importa são as coisas aparentemente sem importância. Infelizmente, muitos se perdem e não aprendem isso da maneira como deveria e quando percebem que estão envelhecendo ficam amargurados e sem rumo.
O filósofo Sêneca na sua obra "Sobre a Brevidade da Vida" alerta que a maior parte de nós, queixa-se desse curto momento que estamos destinados, e segundo a afirmação da maioria, o espaço de tempo que nos foi dado corre tão rápido, de forma que, à exceção de poucos, a vida nos abandona justamente em meio aos preparativos para viver a vida.
O triste é que não é somente a multidão e a turba insensata que se lamenta deste mal considerado universal: a mesma impressão provoca queixas também em homens e mulheres ilustres. Daí temos uma frase na obra do filósofo Sêneca que sintetiza todo o contexto da sua lucidez que diz: "A vida é suficientemente longa e com generosidade nos foi dada, para a realização das maiores coisas, se a empregamos bem. Mas, quando ela se esvai no luxo e na indiferença, quando não a empregamos em nada de bom, então, finalmente constrangidos pela fatalidade, sentimos que ela já passou por nós sem que tivéssemos percebido." 
Uma pena, não enxergamos essa simplicidade e vivemos nesse mundo as vezes mesquinho, as vezes fútil e banal. Uma mesquinhez insaciável apossa-se de, um de outro, uma trabalhosa dedicação a atividades inúteis, um pobre cidadão vive a busca da beleza externa e esquece da essência, outro se desgasta numa ingrata bajulação a seus superiores e ao desfrute do julgamento pré-concebido, e a maioria que não persegue nenhum objetivo fixo e que ainda não definiram para onde dirigir suas vidas são levados no desgostoso mundo do senso comum de tal forma que não duvido ser verdadeiro a frase de um grande poeta: "Pequena é a parte da vida que vivemos." Pois todo restante não é vida, mas tempo e como diz a letra da música de Lulu Santos "Não há tempo que volta amor; Vamos viver tudo que há pra viver; Vamos nos permitir". 
E se hoje fosse o seu último dia da sua vida? Você tem coragem de olhar para o seu passado e dizer que valeu a pena? Se a resposta for positiva meus parabéns, mas se a sua resposta for negativa não perca mais tempo e aproveite o muito (ou pouco) que ainda lhe resta.





Com a sensibilidade ímpar para entender a necessidade mais básica da alma humana - ser acolhida, a autora compreendeu o real sentido do amor crístico: acolher amorosamente. Pode parecer até fácil de dizer e entender, mas acreditem, é algo de difícil prática, principalmente em uma sociedade alicerçada em estereótipos dos mais diversos e ininteligíveis. Estereótipos que segregam as pessoas e as classificam em aceitáveis ou inaceitáveis, ignorando a verdadeira natureza humana que é a diferenciação. O ser diferente é inerente à nossa natureza, entretanto a violência segregacionista se instala de forma indelével até mesmo em discursos aparentemente inofensivos e politicamente corretos. Com uma capacidade intelectual privilegiada, a nossa "Ruy Barbosa de saia", como já foi apropriadamente classificada, a magistrada Luislinda de Valois lança luzes onde, na rotina do dia a dia, as trevas do discernimento torto ofuscam a verdade. A verdade, essa senhora de alma pura mas não necessariamente branca, podendo até mesmo sê-la, porque a brancura não a excluiria dessa qualidade e de nenhuma outra nos retém, nos faz reduzir o passo e prestar atenção ao que nos acostumamos a ignorar. A escritora e magistrada há décadas agrega à atividade da magistratura, com recursos próprios e ajuda de amigos, a atenção social às camadas mais carentes da população, notadamente a população negra, com palestras educativas, doações de gêneros alimentícios e de higiene, entre muitos outros cuidados. Com maestria, de forma direta e objetiva, nos conduz à luz do reconhecimento de uma verdade dolorosa, que se mantém escondida atrás de cortinas imateriais, porém pesadas, à realidade da dor secular que atinge a todo um povo que, refém de leis hipócritas, é mantido de mãos atadas, mesmo com os enferrujados grilhões aparentemente rompidos. Luislinda de Valois nos põe a refletir, com ânsia de mudança, que é preciso curar as feridas, mas não poderemos esquecer as cicatrizes se elas continuarem a sangrar.

Conheço jovens de longa idade e velhos com menos de 20. O que é ser velho na sua concepção? O questionamento é muito subjetivo. O que leva alguém a se identificar como velho ou novo?
No meu entendimento Velha é uma pessoa que perde o tesão e a vontade de aprender. Velha são aquelas pessoas que desistiram de olhar para o mundo e para os outros. Velha são aquelas pessoas sem disposição para aceitar a diversidade no mundo. Velha são aquelas pessoas que fazem tudo sempre do mesmo jeito e fazem uma cara feia quando as circunstâncias mudam. Velhas são aquelas pessoas que não querem mais estudar, ler ou participar de algo que enriqueça culturalmente seus dias, assim ser velho ou velha é independente da idade, pois o que determina o envelhecimento não é o corpo e sua idade cronológica, mas a alma e sua sede de conhecer o que tem a nossa volta.
A pessoa mais nova que eu já conheci foi ninguém menos que meu avô Perceu José Vaz que viveu até o seus 72 anos, e nos deixou no auge da sua juventude em 2004. Isso é uma das coisas mais sublimes que vejo nas pessoas de idade cronológica avançada. Essas pessoas são do tipo que sabem conviver com sua bagagem de experiências. Não são desbragadas demais, nem prostradas e infelizes. Sabem seus limites. Fazem-se respeitar pelo equilíbrio, por uma alegre sobriedade que transpira a sabedoria que só os anos são capazes de nos dar. Diferente de pessoas de idade comportando-se como se tivessem quinze anos. Parecem ter perdido a noção da excentricidade mundana  querendo ser o que não são, com saudade do que talvez nunca tenham sido.
Em uma sociedade em que as coisas mudam com mais velocidade que o próprio pensamento, cuidar da mente é imprescindível. Temos que ter ousadia e determinação para aprendermos coisas novas e sobretudo, jogar fora aquilo que não nos servem mais. E ainda ter o discernimento para saber prever e distinguir as efemeridades, dos valores permanentes que devem ser mantidos e respeitados. Por favor respeitem os clássicos. E você como se sente? Você é velho ou jovem?

Pense nisso. Feliz 2013!